O burnout se tornou parte da rotina de muitos profissionais, mas será que estamos tratando esse problema com a seriedade que ele merece? O artigo "Como burnout se tornou normal – e como evitar isso", de Kandi Wiens, publicado na Harvard Business Review, levanta reflexões importantes sobre como esse fenômeno está mais presente do que nunca no ambiente de trabalho, a ponto de ser encarado como algo inevitável.

Uma pesquisa recente da "America Stress" revelou que 67% dos adultos entre 18 e 34 anos relatam dificuldades de foco devido ao estresse, e 58% se sentem sobrecarregados diariamente. Ainda mais preocupante, 40% da Geração Z acreditam que o burnout "faz parte" do desenvolvimento profissional. Esse dado evidencia uma naturalização perigosa do esgotamento mental, que impacta diretamente não apenas a saúde dos profissionais, mas também sua produtividade e criatividade.
Para lidar com esse cenário, Wiens propõe a adoção de uma "janela de tolerância" – um equilíbrio entre a realidade dos desafios diários e a necessidade de preservação da saúde mental. O primeiro passo é reconhecer os sinais de alerta, entender o que ajuda a manter o controle emocional e, principalmente, agir de forma intencional para impedir que o estresse atinja níveis insustentáveis. Pequenas mudanças, quando acumuladas, podem fazer uma grande diferença.
Isso significa estar atento a rotinas desgastantes e encontrar formas de ajustá-las, seja delegando atividades, reorganizando prioridades ou criando pausas estratégicas para evitar ciclos de sobrecarga. Além disso, a conexão social no ambiente de trabalho pode funcionar como um amortecedor para o estresse. Criar relações de apoio e garantir que as atividades do dia a dia estejam alinhadas com valores pessoais são fatores essenciais para evitar que o burnout se torne um estado permanente.
Por fim, se o esgotamento já se tornou parte da sua rotina a ponto de parecer impossível sair desse ciclo, buscar ajuda profissional pode ser o diferencial para recuperar o equilíbrio. Lidar com o burnout não deve ser uma batalha solitária – e reconhecer isso é um passo fundamental para transformar a relação com o trabalho.
O desafio não é apenas encontrar maneiras de aumentar a produtividade, mas garantir que o ambiente e as rotinas de trabalho promovam bem-estar e sustentabilidade a longo prazo.
Afinal, jornadas profissionais sempre foram desafiadoras, mas não podem ser sinônimo de desgaste constante.
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